Corpos controlados, mentes controladas
aprendizagem inadequada para a alfabetização
DOI:
https://doi.org/10.19123/REixo.v13n3.9Palavras-chave:
Alfabetização, Aprendizagem Autoral, Escola, ControleResumo
O objetivo deste trabalho é problematizar as práticas educacionais direcionadas ao processo de alfabetização que desconsideram a autoria da criança em um contexto escolar que prioriza o controle dos corpos em detrimento ao desenvolvimento da alfabetização na perspectiva autoral. Tal percurso passa pela necessidade de compreender as habilidades apontadas como necessárias para que uma criança possa ser considerada alfabetizada. As discussões aqui propostas são embasadas na teoria da autoria da aprendizagem de Pedro Demo (2015), necessária para pensar a alfabetização na perspectiva autoral, e na teoria da docilização e controle dos corpos de Michel Foucault (1999), que, no contexto desta pesquisa, fundamenta a alfabetização domesticadora e gera, por sua vez, uma aprendizagem inadequada. Ainda como aportes teóricos que embasam o desenvolvimento deste trabalho, é importante citar as pesquisas de Demo (2018); Freire (1979); Franco; Martins (2021); Marsiglia (2011); Magda Soares (2003); Nóvoa (2022). A metodologia utilizada é de abordagem qualitativa, fundamentada por Demo (2001; 2011); Oliveira (2008); Bogdan e Biklen (1994), e adota a observação participante (Yin, 2001) como método. Os resultados indicam que a escola, como está organizada, não favorece a autoria do aluno e, por isso, precisa ser recriada tendo em vista o objetivo de alfabetizar de forma autoral.
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