O fenômeno da medicalização para controle disciplinar na educação e os direitos humanos
DOI:
https://doi.org/10.19123/REixo.v13n3.7Palabras clave:
Medicalização, escola pública, violência simbólicaResumen
A medicalização da educação é um fenômeno que tem se tornado cada vez mais prevalente nos últimos anos, com instituições educacionais confiando cada vez mais em intervenções médicas para lidar com desafios comportamentais e de aprendizagem em alunos. A medicalização de vários aspectos da vida humana tem sido uma tendência crescente com mais e mais áreas sendo consideradas dentro do âmbito do tratamento médico. Essa tendência levanta questões importantes sobre o impacto que a medicalização tem sobre os direitos e liberdades individuais. Essa abordagem, embora bem-intencionada, traz uma série de implicações que devem ser cuidadosamente consideradas. Uma das principais implicações da medicalização da educação é o potencial de dependência excessiva de intervenções farmacêuticas como uma solução rápida para problemas comportamentais e de aprendizagem complexos. Pesquisas anteriores destacaram o uso de intervenções médicas como um meio de gerenciar o comportamento dos alunos e manter a disciplina nas escolas. Contudo, ao tratar esses problemas como puramente médicos por natureza, as escolas podem estar negligenciando os fatores sociais, emocionais e ambientais subjacentes que contribuem para os desafios dos alunos. Isso pode ter a consequência não intencional de patologizar variações normais no comportamento e nos estilos de aprendizagem. Este ensaio fundamenta-se em autores como Pierre Bourdieu e Michel Foucault, trazendo luz às questões das disputas de poder nos ambientes sociais, inclusive na educação, assim como a questão da violência simbólica também se cruza com a tendência crescente de medicalização.
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