Fatores relacionados aos sentimentos do jovem ao cuidar da pessoa idosa

Autores

DOI:

https://doi.org/10.19123/REixo.v13n3.2

Palavras-chave:

educação, cuidador, pessoa idosa, relações intergeracionais

Resumo

Pressupõe-se que 2% dos adolescentes que residem nos países desenvolvidos tenham responsabilidades de cuidado com algum integrante familiar. O papel do adolescente em cuidar destaca-se e está aliado a conclusões positivas ou negativas. Portanto, é significativo refletir sobre o que sente o jovem ao cuidar da pessoa idosa e suas relações intergeracionais. Este estudo objetiva investigar os impactos positivos e negativos de alguns cuidados ofertados pelo jovem, com idade entre 15 e 17 anos, ao cuidar da pessoa idosa, exercidos por estudantes da rede pública do ensino médio Escola Técnica de Ceilândia, Distrito Federal. Realizou-se um estudo transversal, quantitativo e descritivo, por meio do instrumento de medida de autorrelato PANOC-YC20 “Resultados Positivos e Negativos do Cuidar”, de origem inglesa, adaptado transculturalmente para o português do Brasil. No estudo descritivo, foram investigados 352 estudantes reconhecidos como jovens cuidadores, sendo 60,90% do sexo feminino, 37,70% do sexo masculino, 0,28% do gênero fluido e 1,12% não binário, os quais responderam a um questionário eletrônico no Google Forms. Foram relatados poucos sentimentos negativos e muitos relatos de sentimentos positivos, o que indica que o jovem cuidador apresenta mais sentimentos e emoções positivas do que negativas ao cuidar da pessoa idosa. Mais estudos sobre os resultados do sentimento do jovem cuidador da pessoa idosa são indicados para que sejam elaboradas políticas públicas para o cuidado de elos emocionais e sentimentais envolvendo a intergeracionalidade, que possam contribuir com a melhora da qualidade de vida e bem-estar tanto do jovem quanto da pessoa idosa cuidada.

Biografia do Autor

  • Jane Karla Alves Leite dos Santos, Secretaria de Estado de Educação do Distrito Federal

    Mestra Gerontologia pela Universidade Católica de Brasília (2023). Pós-graduação em Gestão Escolar na Universidade de Brasília - UNB (2009). Pós-graduação em Docência no Ensino Superior na Universidade Cândido Mendes (2009). Graduada em Pedagogia - Habilitação Magistério (1997) e Habilitação Orientação Educacional (1998) pelo Centro Universitário de Brasília - CEUB. Concursada em Orientação Educacional pela Secretaria de Estado de Educação do Distrito Federal (2000). Tem experiência como Orientadora Educacional em escolas de Ensino Fundamental e Educação de Jovens e Adultos, professora do Ensino Fundamental primeiro segmento em escola particular (6 anos). Tem experiência na área de Educação, com ênfase em Orientação Educacional.

  • Vicente Paulo Alves, Universidade Católica de Brasília

    Graduado em Filosofia pela Universidade Católica de Brasília (1998), mestre em Teologia Dogmática pela Pontifícia Universidade Gregoriana de Roma - Itália (1991) e doutor em Ciências da Religião pela Universidade Metodista de São Paulo (2003). É professor do Programa de Pós-Graduação em Gerontologia (Mestrado e Doutorado). Leciona no curso de graduação em Medicina, as disciplinas de formação humana e étical. É professor de ensino superior desde 1991, nas áreas de Qualidade de Vida e Envelhecimento, Ética, Bioética, Ciência da Religião. Membro fundador e pesquisador da Rede Brasileira de Certificação Pesquisa e Inovação - RBCIP. Realiza pesquisas entre as Redes RIES-LAC (Red Interuniversitaria de Envejecimiento Saludable para Latinoamérica y el Caribe), REPRINTE (Rede dos Programas de Pós-Graduação Interdisciplinares sobre Envelhecimento), com os pesquisadores da Università di Padova (Itália), na área de Bioestatística, onde realizou o Pós-Doutorado em 2020). É professor do núcleo permanente na Linha de Pesquisa 1 (Saúde, Funcionalidade no Envelhecimento) e Linha 2 (Sociedade, Tecnologia e Inovação Gerontológica) do Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Gerontologia, realizando pesquisas em pesquisas na área envelhecimento e religiosidade, Políticas Públicas para o envelhecimento, o uso das tecnologias de informação e comunicação (TIC) pelos idosos.

  • Alessandra Ribeiro Ventura Oliveira, Universidade Católica de Brasília

    Possui mestrado em Gerontologia pela Universidade Católica de Brasília (2009) e doutorado em Ciências e Tecnologias em Saúde pela Universidade de Brasília (2015). Atualmente é Profa. do Programa de Pós Graduação em Gerontologia da Universidade Católica de Brasília - e de Práticas em Pediatria - Medicina da Universidade Católica de Brasília . Pediatra - Secretaria da Saúde do Distrito Federal- SES/DF. Pesquisadora colaboradora "The Susy Safe project" desde 2018. Pós-doutoranda do Programa de Pós- Graduação Stricto Sensu em Gerontologia.

  • Francine Golghetto Casemiro, Universidade Católica de Brasília

    Bacharel em Gerontologia pela Universidade Federal de São Carlos (UFSCar). Mestre em Ciências da Saúde pelo Programa de Pós-Graduação em Enfermagem na UFSCar. Doutora em Ciências pelo Programa Enfermagem Fundamental da Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto (SP) da Universidade de São Paulo (USP). Membro da Associação Brasileira de Gerontologia (ABG), da Rede de Programas Interdisciplinares em Envelhecimento (REPRINTE) e da Red Interuniversitaria de Envejecimiento Saludable, Latinoamérica y Caribe (RIES-LAC). Foi consultora Sênior da região Centro-Oeste do Projeto "Qualificação da atenção ofertada às pessoas idosas na atenção primária à saúde" da UFSCar em parceria com o Ministério da Saúde. Docente e Orientadora no Programa de Pós-Graduação em Gerontologia da Universidade Católica de Brasília. 

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Publicado

2024-12-26

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Dossiê 1

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Fatores relacionados aos sentimentos do jovem ao cuidar da pessoa idosa. (2024). Revista Eixo, 13(3), 16-25. https://doi.org/10.19123/REixo.v13n3.2

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